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Porto Alegre, RS, Brazil
Acredito que um blog legal é aquele que te ensina algo, que te faz viajar, que fala sobre: lugares, pessoas, culturas, montanhas, preservação da natureza, ... Espero que você goste dos textos que escrevi, interaja com o conteúdo, deixe um comentário, opinião ou sugestão e se anime a contar as suas histórias também.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Palavras do chefe


Estimados Amigos,

“É melhor ter a alma dolorida de tanto buscar, do que tê-la em paz por haver renunciado a busca.”

A frase acima eu li em um pôster que havia na sala de uma delegacia nos subúrbios de Mendoza quando, após três dias de buscas, acabei encontrando uma bota usada, justamente do meu número, à venda por um tal de “Comissário Medina”. Isso aconteceu no início de 1988, exatamente há 23 anos, duas semanas antes de eu chegar ao alto do Aconcágua pela primeira vez, e eu nunca mais me esqueci, nem do nome do delegado, nem daquela frase, nem do que ela poderia representar em cada um dos futuros dias da minha vida.

Acabei de chegar ao Brasil, com minha alma dolorida, após uma das mais desafiadoras expedições da minha carreira de alpinista, mas apesar da dose de sofrimento e ansiedade que obrigatoriamente tivemos que passar, sinto um profundo sentimento de paz e realização.

Nós conseguimos o que muitos nem ousam tentar!!! Sim, nós conseguimos!!! Porque acreditamos, nos preparamos, fomos até lá enfrentar uma infinidade de obstáculos que sabíamos que poderiam surgir e superamos todos eles!!!

O Brasil passou a ser o primeiro país das Américas a ter uma equipe que escalou a abóboda (ou cúpula) do Salto Angel, foi a quarta vez na história que este paredão negativo de mil metros de altura, considerado o “big wall” mais difícil do mundo, foi superado.

O Chiquinho (José Luiz Hartmann), o Éd (Edmilson Padilha), o Sérginho (Sérgio Tartati) e o Val (Valdesir Machado), que já possuem em seus currículos escaladas como a do Fitz Roy, Cerro Torre, El Capitan e Trango Tower, foram unânimes: “foi a escalada mais difícil de nossas vidas”.

Foram 17 dias de escalada, 4 dias para equipar os primeiros 370 metros da parede, e outros 13 dias literalmente pendurados no vazio para se chegar no alto do Auyantepuy, de onde se precipitam as águas do “Kerepacupai Vena” ou Salto Angel, a queda d’água mais alta do mundo.

Foram montados três acampamentos suspensos, o primeiro a 1.350m de altitude (a 370 metros da base da parede), o segundo a 1.520m (540m da base) e o terceiro a 1.650m (670m da base). A base da parede está a cerca de 980m de altitude, as águas da cachoeira se precipitam ainda por cerca de cem metros abaixo, à direita da base. O topo do paredão, local onde finalizamos a nossa escalada, se encontra a 1.880m de altitude.

Para a escalada e nossa sobrevivência na parede, levamos cerca de 500Kg (220 litros de água, 1.180 metros de cordas Edelweiss, comida para 6 pessoas para 15 dias, 2 porta ledges duplos, 3 fogareiros, 15 cartuchos de gás, 3 jogos completos de camalots (do 0.5 ao 7), 3 jogos completos de stoppers, 150 mosquetões, pítons variados, ganchos, cliffs, etc).

A escalada do Salto Angel foi feita tendo como referência os croquis das expedições anteriores (espanhola, de 1990, inglesa, de 2005, e francesa, de 2006), seguiu-se o sistema ou linha lógica que se desenvolve do lado esquerdo da cachoeira, com algumas variantes em relação às ascensões anteriores, a maior delas, que chamamos “variante brasileira” deu-se após nosso acampamento 3 da parede (chamado de acampamento 5 pelas outras expedições), quando fizemos uma travessia horizontal à direita (35m) e depois continuamos por um lindíssimo diedro, que apelidamos de “Diedro Brasileiro”, com um belo esticão de 55m, que evitou dois esticões considerados pelo francês Arnaud Petit (campeão mundial de escalada) em “7b+ hyper expo” e “7b très expo” (8c e 8b na escala brasileira). A escalada foi realizada em livre em lances de até 8a e lances em artificial em até A4, segundo o grau de dificuldade adotado no Brasil.

Na parede, tivemos a simpática e agradável companhia do Yupi (Alfredo Rangel), escalador venezuelano com muita experiência em escalada nos Tepuyes e quem nos deu inúmeras dicas de como progredir na delicada rocha do Salto Angel. Graças ao Yupi comemos super bem em toda a escalada, ele era responsável em preparar as nossas refeições.

O grande problema que enfrentamos diariamente foi a rocha decomposta e afiada, era extremamente difícil contar com proteções confiáveis, tudo estava meio solto. Eram frequentes lances expostos, com possibilidade real de queda e proteção duvidosa ou impossível. Nos trechos mais difíceis nossa progressão diária não passava de dois esticões de 25 ou 30 metros cada. No penúltimo dia, progredimos apenas 30 metros em um A4 aterrorizante, que contava no croqui de Arnaud Petiti como um 7b+ obrigatório (8c na escala brasileira).

Todo o esforço era recompensado pelo cenário do local, o fantástico véu do Salto Angel ao nosso lado, de dia ornado com múltiplos arco-íris, de noite flutuando na escuridão iluminado pelas estrelas e mais tarde pela lua cheia. A densa floresta lá embaixo e o visual de outros tepuyes davam ainda mais encantamento a todo aquele ambiente.

O segredo do sucesso foi muito planejamento, uma equipe experiente e unida, não houve qualquer tipo de desentendimento durante a escalada, uma sinergia positiva fluiu o tempo todo.

Ficamos muito apreensivos quando nosso amigo Orlei Jr, que ficou na base nos filmando e fotografando, nos chamou pelo rádio dizendo que fora convocado pelos guarda-parques para comparecer a Canaima (sede do Parque Nacional) onde deveríamos nos apresentar assim que fosse possível. Pelo rádio, eu disse ao guarda-parque que seria impossível descer (devido à negatividade da parede) e que precisaríamos de pelo menos cinco dias para terminar a escalada. Ele disse que tudo bem, mas que depois nos apresentássemos em Canaima, o que fizemos, mas apenas doze dias depois.

Por conta desta defasagem, nos preparamos para praticar com boa vontade, uma política de ótima vizinhança com as autoridades venezuelanas. Em Canaima, de livre e espontânea vontade, primeiro nos apresentamos à Guarda Nacional (Exército) e depois na sede do Inparques (Instituto Nacional de Parques). Todos ficaram surpresos e contentes com a nossa iniciativa, nos trataram super bem, ao telefone falamos com a Diretora do Inparques que nos tratou com o maior respeito nos chamando de “hermanos brasileiros”, pedindo que déssemos uma declaração de como havia sido toda a expedição, de que isso se tratava de “providências administrativas”. Tudo aconteceu na maior normalidade, afinal, respeitamos as normas e regras do Parque, o que é sempre muito imprtante.

Voltamos para Caracas ansiosos e tratamos de entrar logo no primeiro avião que partiu para o Brasil, onde chegamos neste final de semana, depois de alguns dias sem dormir, ainda com aquela sensação estranha de poder caminhar novamente em um terreno plano, de dormir sem ter que estar amarrado a uma corda.

Aos poucos vamos recobrando os quilos perdidos, os arranhões vão desaparecendo, e toda a agitação que fomos submetidos vai sendo substituída por uma sensação de conforto em nossa alma, nos dando a certeza que tudo valeu a pena!

Fecho os olhos, mas ainda vejo os arco-íris, ainda escuto o murmuro da cachoeira, ainda sinto o perfume das heliânforas!

Agradeço a Deus pela minha alma dolorida, pela paz profunda, por me dar a coragem necessária para seguir os meus próprios sonhos!

Que nunca falte coragem para você também buscar e realizar os seus sonhos!

Um forte abraço,

Waldemar Niclevicz

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Salto Angel

Bom, a essa altura do "campeonato", todos devem estar sabendo que estamos aqui ...


O Salto Angel é a maior cachoeira do mundo, com 979 metros de altura. Precipita-se do alto do Auyantepuy, ao sul da Venezuela, próximo da fronteira com o Brasil, no Parque Nacional Canaima, declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 1994.

Os “tepuyes” são formações rochosas tipo mesetas, com cumes planos, conhecidas no Brasil como “chapadas”, porém na Venezuela são mais imponentes, levantando-se sobre savanas e densas florestas de forma abrupta, apresentando paredes verticais de arenito com centenas de metros.

O Auyantepuy é o maior tepuy da Terra, com 700km2, seu ponto culminante está a 2.510m de altitude. No seu gigantesco cume plano, crescem cerca de 800 espécies vegetais, sendo que aproximadamente 77% são endêmicas, ou seja, não existem em nenhum outro lugar do mundo.

A parede de onde se precipita o Salto Angel tem 1.100m, praticamente três vezes a altura do Pão de Açúcar, sendo quase que totalmente em ângulo negativo, já que dos 979 metros do salto, 807 metros são em queda livre (as águas da cachoeira caem cerca de 60 metros longe da base da parede).

O Salto Angel é chamado pelos Pemones (indígenas da região) de Kerepacupai Vena (queda d’água até o lugar mais profundo), seu nome mais conhecido se deve a Jimmy Angel, aviador norte-americano, que em 1937 realizou uma aterrissagem de emergência no cume do Auyantepuy.

Serginho, Chiquinho, Val e Ed já estão subindo para fixar as cordas nas primeiras enfiadas, Alfredo cuidando do acampamento / cozinha, enquanto eu e o Waldemar tentamos fotografar e gravar algumas imagens.

O Angel amanheceu nervoso hoje!

DALEEE!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

1º dia - A equipe

Obviamente passei a noite em claro! Porque isso sempre acontece antes de embarcar?

Eram 05:30 quando a Ana, minha querida namorada, veio me buscar e me levar ao aeroporto.

Às 06:30 nos despedimos e embarquei para Caracas - Venezuela (conexão em São Paulo).

Por volta das 15:30 pousei no aeroporto internacional de Maiquetia. Peguei a mochila e me dirigi ao setor de desembarque para encontrar alguém com uma plaquinha escrito Orlei Jr. Desta vez, quem me recebeu foi Gustavo, sócio do amigo e montanhista Henry Gonzáles. Ele, prontamente, me levou ao escritório da agência ExploraTrek, localizado no centro da cidade, para encontrar o grupo. A primeira vista Caracas é como qualquer grande metrópole sulamericana: gente apressada, trânsito caótico, poluição, ... Pelo menos é cercada de montanhas!

Às 18:00 toda a equipe já estava reunida. Após um rápido bate papo, começamos a organizar os últimos detalhes.



Com tudo pronto resolvemos sair para comer algo. O cardápio? Arepas con puro jojoto!


Após a janta, voltamos para o hotel. Precisávamos descansar!

A equipe que tentará escalar o Salto Angel é formada por especialistas em escaladas de grandes paredes:

Waldemar Niclevicz, 44 anos, paranaense, chefe da expedição, primeiro brasileiro a escalar o Everest, o K2 e os Sete Cumes. Já escalou El Capitan (a big wall mais famosa do mundo no Parque Nacional do Yosemite, USA) e a Trango Tower (a maior big wall do mundo, 1500 metros, localizada no Paquistão), além de inúmeras outras paredes no Brasil e em diversos países.

José Luiz Hartmann, 43 anos, paranaense, grande ícone da escalada em rocha do Paraná, com mais de 30 anos de experiência. Abriu inúmeras vias de big wall no Brasil, na Argentina e no Chile, participou da equipe de Waldemar que escalou a Trango Tower e o Capitan.

Sérgio Tartari, 48 anos, carioca, grande ícone da escalada em rocha do Rio de Janeiro, com mais de 30 anos de experiência. Abriu inúmeras vias no Brasil, na Argentina e no Chile, participou da equipe de Waldemar que escalou a Trango Tower e o Capitan.

Edemilson Padilha, 38 anos, paranaense, abriu várias vias no Brasil, na Argentina escalou o Fitz Roy e o Cerro Torre, dois dos maiores desafios mundiais em big wall. Também escalou o El Capitan, nos EUA.

Valdesir Machado, 35 anos, paranaense, conquistou mais de 200 vias em arenito no Brasil e várias big walls. Na Argentina escalou o Fitz Roy além de outras grandes paredes junto com o amigo Edemilson Padilha. Também escalou o Capitan.

Alfredo Rangel, 39 anos, venezuelano, um dos melhores e mais experientes guias da região dos tepuis. Abriu várias vias pela Venezuela

O meu papel nesta expedição, além de disfrutar do prazer de estar ao lado de caras que eu considero ídolos desde que comecei a praticar o montanhismo, é auxiliá-los em caso de necessidade e fazer a cobertura fotográfica da expedição.

Além dos equipamentos para acampamento, escalada em rocha, rapel, cozinha, primeiros socorros, ... estou levando:

01 Radiocomunicador Yaesu V e UHF.
01 Canon EOS 1D Mark I
03 Lentes Canon que vão de 15 a 300mm
01 Canon Powershot G10
01 Filmadora Sony
01 Tripé Manfrotto
+ carregadores, baterias, cabos, cartões de memória, ...

Ainda terei um gerador Honda a disposição! Tralha da pesada!

O maior desafio de realizar uma cobertura fotográfica em um ambiente selvagem, úmido e isolado como a região dos tepuis venezuelanos, é proteger o equipamento. Se molhar, oxidar, deixar cair, quebrar, ... não tem volta, perdeu!

Tentarei fazer o melhor!

Noite em Caracas.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Rumo ao Mundo Perdido



Estava tentando fechar a minha mochila quando recebi a seguinte nota à imprensa enviada pelo amigo W. Niclevicz (chefe da expedição):

Estimados amigos,

Estamos iniciando hoje uma das mais esperadas e fascinantes expedições que já ousei realizar.

Vamos para um lugar misterioso, com uma natureza muito particular, um dos lugares mais lindos da Terra.

Enfrentaremos um dos maiores desafios do alpinismo mundial, superado apenas três vezes, mas nunca por uma equipe genuinamente latino-americana. Levamos conosco a incerteza do nosso sucesso.

O desejo de realizar este grande sonho, que levo secretamente em meu coração há mais de vinte anos, será compartilhado com cinco grandes amigos, todos escaladores experientes, membros da elite do montanhismo brasileiro.

Esta expedição é uma forma de eu comemorar os "10 Anos da Conquista Brasileira da Trango Tower", a maior torre de granito do mundo, superada em 2001 por uma equipe formada por Alexandre Portela, Irivan Gustavo Burda, José Luiz Hartmann, Marcelo Santos, Sérgio Tartari e eu.

Agora também somos em seis brasileiros: Edmilson Padilha, José Luiz Hartmann, Orlei Júnior, Sérgio Tartari, Valdesir Machado e eu.

Vamos sem patrocínio, eu mesmo é quem estou bancando os custos da expedição, graças as palestras que faço para as empresas, porém temos muito orgulho de estar recebendo o apoio das cordas Edelweiss por meio da http://www.verticale.com.br/

Contamos com a torcida de todos!

Prometo novidades assim que for possível.

Um grande abraço,

Waldemar Niclevicz

E lá vamos nós ...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Programa Mapa Mundi


Acabo de chegar dos estúdios da rádio Band AM!
Fui convidado para participar do programa Mapa Mundi. O tema da entrevista foi turismo no topo do mundo.
Bom, como todos sabem, eu trabalho com esporte e o tema turismo não me atrai muito. Quem dirá turismo no topo do mundo! Já me veio à cabeça a imagem da montanha cheia de gente, lixo espalhado, um quiosque do MacDonalds, ... Isso me deixou um pouco tenso!
De qualquer forma prestei, da melhor maneira possível, as informações solicitadas pelo apresentador Henrique Raizler, rolou participação da Ana Boscarioli (1º brasileira a escalar o Everest) e do Rodrigo Rainieri.
Bem legal!

Ouça aqui http://www.photomundi.com.br/mapamundi/audios/audio133.mp3 e comente no espaço abaixo.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Adeus mestre


# 06/01/1933     + 07/04/2010

Com grande tristeza comunico o falecimento do mestre Edgar Kittelmann - o pioneiro do montanhismo gaúcho.

O sepultamento será amanhã, às 16 hs, no cemitério Memorial da Colina, em Cachoeirinha - RS.

Prestemos sincera homenagem àquele que abriu muitas das trilhas e vias que percorremos hoje.

A Diretoria da Associação Gaúcha de Montanhismo - AGM e seus associados prestam sua homenagem àquele que dedicou grande parte da sua vida a fazer aquilo que nos dá orgulho, prazer, motivação, paz, energia, ... independente de credos ou filosofias.

"Que a paz das montanhas, o assovio dos ventos, o espírito de busca inscessante possa lhe acompanhar onde quer que estejas, sua dedicação e ensinamentos estarão sempre presentes em nossas vidas. Com certeza iremos perpetuar os aprendizados e recordações de tantas escaladas, acampamentos, caminhadas, estórias e o silvo de sua incansável gaita de boca." - Luiz H. Cony

Um triste marco para o esporte gaúcho.

Para a familia Kittemann fica o carinho, condolências e solidariedade.

Descanse em paz meu velho.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Programa Municipal de Incentivo ao Montanhismo


Se eu não interpretei mal, esse é o texto mais importante depois do relato da escalada de Teixeira e seus amigos ao ponto mais alto do Dedo de Deus!

DECRETO Nº 31906 DE 12 DE FEVEREIRO DE 2010.

Dispõe sobre o Programa Municipal de Incentivo ao Montanhismo e dá outras providências.

O Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, no uso de suas atribuições legais e

CONSIDERANDO que a Cidade do Rio de Janeiro representa o berço do montanhismo nacional e é o principal centro de escalada do país, sendo um dos mais relevantes locais de prática do montanhismo no mundo;

CONSIDERANDO que a atividade de montanhismo é uma pratica tradicional na cidade, cujas primeiras manifestações datam do início do século XIX;

CONSIDERANDO que, historicamente, os montanhistas estão envolvidos na proteção e conservação dos ecossistemas naturais e, atualmente, se encontram representados por organizações civis estruturadas e participam ativamente como parceiras na gestão de áreas naturais protegidas;

CONSIDERANDO que no capítulo 13 da Agenda 21 é reconhecido que os ambientes montanhosos devem ser preservados e que os governos devem fortalecer as instituições e organizações da sociedade civil a eles ligados com o objetivo de gerar uma base multidisciplinar de conhecimentos ecológicos sobre as montanhas;

CONSIDERANDO que a sociedade organizada reconhece e apóia publicamente a importância dos ambientes de montanha em consonância com a iniciativa das Nações Unidas para o Ano Internacional da Montanha promovida em 2002;

CONSIDERANDO que as montanhas são elementos importantes na caracterização da paisagem carioca e ocupam lugar de destaque na divulgação da imagem da cidade como destino de turismo; e

CONSIDERANDO que a expansão imobiliária, em especial as próximas aos ambientes naturais, vem restringindo o acesso às áreas de prática de montanhismo.

DECRETA:

Art. 1º - Fica reconhecido o montanhismo como uma atividade de valor cultural e esportivo para a cidade do Rio de Janeiro, que propicia a interação com os ambientes naturais e colabora na sua proteção e conservação.

Art. 2º - É considerado livre o acesso às montanhas, paredes rochosas, praias, rios, cachoeiras e demais ambientes naturais propícios para prática de atividades de montanhismo, incluindo a escalada em rocha.

Art. 3º - Fica criado o Programa Municipal de Incentivo ao Montanhismo, a ser constituído de projetos e ações que serão concebidos e executados de forma participativa e integrada pela Prefeitura Municipal da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer-SMEL, ouvida a Secretaria Municipal de Meio Ambiente-SMAC, e pela Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro - FEMERJ.

Art. 4º - O Programa de Incentivo ao Montanhismo tem os seguintes objetivos:
I - mapear as áreas de interesse para a prática de montanhismo na cidade.
II - identificar as condições de acessos às áreas de interesse para a prática de montanhismo.
III - adotar as medidas necessárias para garantir o acesso livre e desimpedido às áreas de interesse para a prática de montanhismo.
IV - caracterizar os problemas ambientais das áreas de interesse para a prática de montanhismo e propor soluções para evitá-los ou mitigá-los.
V - apoiar outras iniciativas de apoio e divulgação à prática do montanhismo em todo o território municipal. Parágrafo Único - A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e a FEMERJ poderão celebrar Termo de Cooperação Técnica para execução do Programa de Incentivo ao Montanhismo.

Art. 5º - Caberá à SMEL, com apoio das Subprefeituras, coordenar a implementação do Programa de Incentivo ao Montanhismo, bem como promover articulação entre os executores dos projetos que o integrarão

Art. 6º - As condições de acesso às áreas de montanha devem ser definidas de forma participativa entre os proprietários das áreas privadas, a FEMERJ e o Poder Público Municipal, observadas as práticas reconhecidas de mínimo impacto em ambientes naturais.

Art. 7º - Fica incluída no Calendário de Eventos Oficiais da Cidade do Rio de Janeiro a Abertura de Temporada de Montanhismo - ATM, a ser realizada sempre no último domingo do mês de abril na Praça General Tibúrcio, Urca.

Art. 8º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2010;
445º ano da fundação da Cidade.
Prefeito Eduardo Paes

MEUS PARABÉNS E SINCEROS AGRADECIMENTOS SR. PREFEITO!!! Pessoas como você nos faz acreditar que o Brasil tem saída e que votar certo é importante!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Acidente em cânion no RS!

© Adriana Franciosi - ZH

Considero, este, o primeiro resgate de praticantes sérios de canionismo no RS. Abaixo o comunicado à imprensa, escrito pela amiga canionista Tatiana Bressel, que participou do ocorrido.

"Bom dia a todos.

Viemos comunicar aos amigos o acidente ocorrido aqui no Rio Grande do Sul.

No sábado, 13 de fevereiro de 2010, um grupo de 15 praticantes de canionismo dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo se reuniu em Barra do Ouro, município de Maquiné - RS. Todos qualificados e experientes (muitos com mais de 10 anos de prática). Além disso, o grupo possuia todos os equipamentos necessários para a prática segura da atividade.

Este grupo maior se dividiu em três grupos menores. Cada um destes grupos menores entrou em um cânion diferente e o terceiro ficou no apoio com equipamentos para manter contato com os demais. O grupo formado por Juliano Romancini e mais 4 pessoas desceu a primeira cachoeira (utilizando a técnica de rapel), seguiu o curso do rio, desceu uma segunda cachoeira e continuou seguindo o leito do rio.

Eram 17:30 quando, ao tentar subir em um bloco de pedra, Juliano sofreu o acidente. O bloco se desprendeu, rolou sobre ele, derrubando-o e atingindo-o na região do quadril. Rapidamente o grupo tomou providências para manter Juliano acordado, imobilizado, aquecido, confortável e comunicando a equipe de apoio sobre a necessidade da retirada de Juliano, por maca, com brevidade. O grupo decidiu ainda que dois de seus integrantes concluíssem a travessia para levar mais informações para os encarregados do resgate.

Fora do cânion, a equipe de apoio acionou os Bombeiros, passando, a partir de então, a colaborar com o resgate.

No início da manhã chegaram as viaturas, um helicóptero e um avião. O helicóptero sobrevoou o cânion e avistou Juliano e o restante do grupo. Juliano foi retirado pelo helicóptero por volta das 12:00, encaminhado para o hospital Santa Luzia em Capão da Canoa e transferido para o hospital Mãe de Deus - Porto Alegre, onde permanece internado.

Esperamos a pronta recuperação de Juliano e nos solidarizamos como os familiares. Por fim, agradecemos sinceramente a todos que participaram ou auxiliaram no resgate, permitindo que ele fosse bem sucedido, especialmente aos: Bombeiros, Brigada Militar, SAMU, Zero Hora e aos médicos que atenderam e estão atendendo o Juliano.

Abraços e vamos torcer por ele."

Tatiana Bressel

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Ser alpinista.



Ángel Landa (nascido en Vizcaya en 1935) es autor de un buen número de primeras ascensiones en el País Vasco y en Picos de Europa así como primeras invernales. En 1967 fue el director técnico de la expedición vasca a la Cordillera Blanca y en 1974 de la primera expedición española al Everest. Siempre se ha declarado atraído por la vida y obra de Walter Bonatti y como él ha mostrado su disconformidad con la mercantilización de la montaña. En este artículo repasa la ética, el ser alpinista, el papel de los medios y el de la mujer antes de presentar sus propias conclusiones sobre cómo se está abordando hoy el éxito en la montaña.

“Es cierto que, de todos los placeres inocentes, ninguno tanto como el alpinismo puede considerarse de provecho mental y físico, ya que a través de los esfuerzos que exige escalar en medio del aire enrarecido de la montaña, se renueva la energía y, por efecto de las dificultades vencidas, el alpinista queda mejor preparado y fortalecido para afrontar las dificultades de la vida y resistirlas.”

Así lo expresaba el primer alpinista que escaló hasta el trono de San Pedro: Achille Damiano Ambrogio Ratti (Pio XI). No pocas son las veces, cuando vamos a la montaña que llevamos en la mochila el peso de nuestras preocupaciones y a la vuelta, el peso es menor, es como si por la pureza del aire hubiéramos alimentado el espíritu y el peso se notara menos. En la montaña vamos aprendiendo a ser solidarios, compañeros y que somos algo más que animales, a medida que nos vamos dando cuenta de lo pequeños que somos y que nuestra grandeza está en lo que sabemos, y sabemos hacer, que es la parte superior del saber. En la vida, te pueden traicionar y decepcionar muchas cosas, pero la pasión tan profunda que penetra en el alma por la gracia que la montaña tiene, espanta la idea de la muerte y produce una sana e inenarrable alegría. Con toda la humildad que me permite mi carácter y naturaleza, sabiendo que cuando más me aleje de dicha humildad más lejos estaré de la realidad, deseo expresar algunas ideas sobre los derroteros por los que está discurriendo hoy en día el alpinismo, basándome en las experiencias y conocimientos que he obtenido a lo largo de más de 50 años de práctica en este deporte. No pretendo hacer creer a nadie que lo sé todo sobre el alpinismo; pero sí les puedo decir que, por la cuenta que me tenía, debía saber a dónde iba, por dónde, cómo y cuando, para poder regresar sano y salvo a casa.

"En la montaña vamos aprendiendo a ser solidarios, compañeros y que somos algo más que animales."

Los de mi generación nos hicimos alpinistas gracias a la conducta y gracia de aquellos grandes guías (Terray, Bonatti, Cassin y un largo etcétera) que nos marcaron el camino con su forma y estilo, dando ejemplo de honradez y ética. Nos dijeron que subir a la montaña no es una cuestión de vida o muerte, sino de algo más importante: la moral, la ética, la elegancia y el estilo, dejando siempre claro cómo lo haces y porqué lo haces; pues todo no vale, ni en este deporte ni en nada, sin ética. Si, hay grandeza y belleza en la montaña, y también generosidad, compromiso y ética en los alpinistas. Esa es la gran lección que nos dejaron aquellos maestros. Y es una lección que la repetiré cuantas veces sea necesario. Nada puede seguir adelante sin memoria, ya que ésta es la maestra de la vida; no para la nostalgia, sino para el futuro. La memoria son las sensaciones y lo que queda de ella es el alma. No debemos olvidar nuestro pasado, porque en él están nuestros sueños, experiencia e historia. La montaña tiene magia, el alpinismo, más.

Qué es un verdadero alpinista (y quién no lo es)?

El alpinista que quiere ser reconocido y valorado como tal, el primero de cuerda, es como el pintor (artista) que pinta un cuadro, él lo idea y lo realiza. Pero es absurdo pensar que, con unos pinceles y un lienzo, uno ya es un artista. Del mismo modo, tampoco con un “jumar” en la mano se es alpinista; esta falacia sólo sirve para engañar a los que nada saben de este deporte y provocan una sucia herida a la dignidad que siempre ha caracterizado al alpinismo. En una escalada se aprende a medir con el calibre más fino y preciso todo lo que acontece en esos instantes en tu entorno y dentro de ti mismo, poniendo en marcha todos tus conocimientos, que no se aprenden en ninguna universidad, eres dueño y responsable de tus actos (capitán de tu vida) y no puedes perder el control de ti mismo ni un segundo, pues puedes ser “hombre muerto”. La montaña a veces es muy dura y no puedes esperar a que nadie te venga a empujar del trasero; tienes que ser dueño de ti mismo, enfrentándote a la realidad; es entonces cuando comprendes la grandeza (no exenta de dureza) de este deporte; es cuando te das cuenta que, en la montaña, o eres dueño de ti mismo o no eres nada (“para qué quieres más poder, si eres dueño de ti mismo”, dijo Séneca). Tu aplomo, intuición, percepción y prudencia te hacen recapacitar y pensar quién eres y lo que vales; y que lo que vales... ¡eso es lo que vales!; ese es el momento de la verdad (en la montaña se producen muchos momentos parecidos), y tienes que conocer las fuerzas que tienes, para poder ir y volver sin depender, otra vez, de aquellos que te colocaron las cuerdas fijas y campamentos para que vayas con tu jumar a la cima.

¿Qué es un “jumar”?

Es un aparejo que sirve para subir por una cuerda, ya colocada, y que, si no hay cuerda, no sirve para nada, pero si la hay, es para arrastrar por la montaña peso y personas que de otra forma no subirían. Por tanto, no se puede ni se debe llamar alpinista, porque no lo es, a aquel a quien, acompañado de una cohorte ingente de anónimos alpinistas, de contrastada valía, le colocan cuerdas fijas hasta la cima, para que con el jumar vaya a donde las cuerdas le lleven.

"El espanto y la degradación se han instalado en muchos de los campos base de los ochomiles, que se han convertido en lo más parecido a una sala de fiestas subida de tono, sin hacer ascos a nada."

El papel de los medios.

En la montaña, luz si suele haber, pero no taquígrafos para levantar acta de lo que sucede en ese momento, por eso se miente tanto. Pero, curiosamente, no es en la montaña, sino cuando se desciende a la ciudad y cerca de los medios cuando aparecen las mentiras disfrazadas de medias verdades que hacen que se mantenga la impostura, que siempre persigue un fin lucrativo. En el fraude siempre hay intencionalidad, fama, dinero o poder; en este caso, también el engaño para quien nada sabe lo que es el alpinismo. En este deporte no hay ningún reglamento escrito, (esta es una de sus grandezas), pero si tiene una ética que lo sustenta. Ni la altura ni la supuesta pureza del aire que existe en el Himalaya son suficiente barrera para frenar en los ochomiles la gran cantidad de detritus que van dejando los que frecuentan estas montañas por las vías normales hoy llamadas “autopistas del Himalaya”. El espanto y la degradación se han instalado en muchos de los campos base de los ochomiles, que se han convertido en lo más parecido a una sala de fiestas subida de tono, sin hacer ascos a nada. Parece ser incluso que las autoridades chinas han prohibido el alcohol en el campo base situado en la cara norte del Everest (no tengo noticias de las autoridades de Nepal).

"Los medios conceden erróneamente el titulo de alpinista (con lo que eso conlleva) a alguien que no lo es y que está muy lejos de llegar a serlo, pues no es capaz de ir nunca en cabeza de cuerda."

La virtud porta honor! Las mentiras ensucian y degradan todo lo que tocan. A los medios se les debe pedir ser didácticos, con el fin de ensanchar la mente humana y tratar de sacarla de las tinieblas de la ignorancia, alejándoles de una visión pequeñita, provinciana y mezquina, con el fin de intentar lograr una visión ancha, generosa y plural; afinar la sensibilidad, estimular la imaginación, refinar los sentimientos que despiertan en las personas un espíritu crítico y autocrítico que nos hace capaces de diferenciar lo feo de lo bello, lo inteligente de lo estúpido, lo bueno de lo malo y lo tolerable de lo intolerable. Esas son las enseñanzas que se pretenden inculcar en la montaña, las que debíamos haber inculcado los profesores de la Escuela Nacional de Alta Montaña a las jóvenes generaciones. Mucho me temo que no lo logramos en muchos casos. Todas esas enseñanzas están muy lejos de lo que está sucediendo ahora, que los medios conceden erróneamente el titulo de alpinista (con lo que eso conlleva) a alguien que no lo es y que está muy lejos de llegar a serlo, pues no es capaz de ir nunca en cabeza de cuerda. Es más: desde los medios y sobre todo desde la divina providencia, la TV, encumbran a diversos personajes como “mejores montañeros del mundo” o “reinas del jumar” y los que promueven como candidatos a premios multimillonarios. Parece ser que el cómo les importa poco a los patrocinadores con tal de que alcance la cima, pero hay cosas que no se pueden comprar con todas la riquezas que hay en la tierra ni las que el mar encumbren, que es hacer de una mentira una verdad, aunque sí trampearla. No obstante, por muchas vueltas que des, el trasero siempre te queda por detrás. Pero a los medios lo que más les pone de la montaña es el drama, y de esta forma se convierte en más héroe el rescatado que el rescatador. La naturaleza tiene su voz. Ésta es otra de las lecciones que hay que aprender en la montaña, y hay que respetarla, pues no es infrecuente caer en la irresponsabilidad que hace arriesgar la vida de otras personas por estúpidas ambiciones para regocijo de los medios del reality show, que lo que quieren es carnaza. Todo ello convierte en un grave peligro tener que trabajar para mayor gloria de los vanos protagonistas. Todas estas cosas suceden porque no hemos ido a vomitar a la raya de lo tolerable antes de que estas miserias terminen corroyendo el alma de los valores básicos y el corazón de uno de los deportes más ricos en convivencia humana. La impostura es el camino por el que por arrastramiento están siendo llevados los valores de nuestra libertad, que, según Don Quijote; y también los alpinistas, es “el más grande don que los Cielos han dado a los seres humanos”. Gracias a los medios, sobre todo a la TV, el alpinismo se ha convertido en motivo de discusión en bares y bodeguillas, donde es sabido que se habla de todos los deportes con pleno conocimiento. La gente necesita ídolos, y los medios hacen héroes y villanos, según sus intereses, desde la prepotencia del poder. No olvidemos que, con la misma sinrazón, Calígula nombró cónsul a su caballo! Una anécdota de los tiempos heroicos. En el año de gracia de 1974 (Expedición Tximist al Everest), aún estábamos bajo el régimen cuartelero, y nos impusieron un periodipoli con la misión de comunicar, si procedía: “bandera española en la cima del Everest”. ¡Ja! Ahora mandan o va la TV, que es la que paga. Si me diesen a escoger, yo no me quedaba con ninguno de los dos.

"Si las mujeres en la montaña quieren ser verdaderamente libres, no deben esperar a que los hombres les hagan el trabajo colocando campamentos y cuerdas fijas."

Mujer y alpinismo.

Desde hace muchos años, las mujeres han conseguido retos deportivos de gran alcance en todas las disciplinas de montaña; han ocupado un puesto muy destacado en el alpinismo, y no es por ser mujeres, sino por las extraordinarias hazañas conseguidas yendo de primeras de cuerda y haciendo expediciones solamente de mujeres. Sin embargo, no las conocen ni en su portal (algo parecido para con los hombres a los que les interesa muy poco los ochomiles por sus vías normales, porque saben que eso está carente de valor alpinista, y de gracia). Por eso sentimos vergüenza ajena cuando desde algunos medios, por ignorancia, se pretende entronizar a quien nada tiene que ver con el espíritu de esas alpinistas, anteriores y actuales. A este respecto, recomiendo leer Cuerdas Rebeldes, de Arantza López Marugán, (Ediciones Desnivel), con el fin de saber lo que las mujeres han hecho y siguen haciendo en alpinismo. Ya en el verano de 1931, la norteamericana Miriam O’Brien escribió que la única manera de que una mujer escale de verdad es que no haya ningún hombre alrededor. Igual que una que yo se. Las cosas que con dinero se pueden comprar son baratas, sobre todo en el alpinismo. Si las mujeres en la montaña quieren ser verdaderamente libres, no deben esperar a que los hombres les hagan el trabajo colocando campamentos y cuerdas fijas, difuminando las carencias técnicas que puedan tener, para que ellas, explotando su condición femenina, cojan su jumar y vayan a la cima; eso es trampa, y ninguna mujer alpinista se puede sentir representada por semejante falacia.

Conclusión

Cada uno puede hacer en la montaña lo que sepa y pueda. ¡Faltaría más! Ir a pasear al Pagasarri, sin prisa, un domingo por la mañana, coleccionar los tresmiles del Pirineo, escalar vías de 5º grado en Atxarte, intentar hacer un sietemil sencillo (o el Cho Oyu) con una expedición comercial, gastándose los ahorros de toda una vida para satisfacer una ilusión, o escalar vías difíciles de primero de cuerda, vías a menudo vírgenes; esta es la única forma de experimentar el deporte del alpinismo en toda su dimensión, porque lo más interesante y auténtico es resolver uno mismo los problemas, no que otros lo hagan por ti. Por ello, no es de recibo que un montañero de domingo, o un alpinista de vías trilladas, incluso de expediciones comerciales a las más altas montañas del planeta, se arrogue una condición o un mérito que no le corresponde. Por mucho que sean los medios los que se los otorguen, son ellos los primeros que deberían negar su condición de “mejores alpinistas del mundo” o “reinas de los ochomiles”. No basta con compararse con los mejores alpinistas de la historia (¡pero qué tupé!), y con la boca pequeña, decir que no llegas a ese nivel; así, se da a entender que estás solamente en un escalón inferior, cuando la verdad es muy diferente. Algunos ya sabemos quién es quién con el jumar y sin él. Las comparaciones son odiosas, y en algunos casos, blasfemas. Pero ¡cuidado!, porque lo que si existe es gente dispuesta a discutir sin tener ni idea de lo que dice; y lo que están haciendo es repetir la voz de su amo: la TV. No pocas son las veces que, después de un intercambio de opiniones, la gente termina reconociendo que desconoce la cuestión que discutía con vehemencia. La negación es el ingenio de los tontos, y la contradicción su agudeza. Ojalá sirva este escrito para que al menos toda esa gente se interese y se informe más, y de esa forma tenga más elementos de juicio para poder discernir quién es quién en este deporte que tanto amamos algunos.

Ángel Landa

domingo, 19 de julho de 2009

Realizando sonhos.

Hoje estou excepcionalmente feliz por dois motivos:
1° Consegui ajudar o Samuel a realizar o seu maior sonho - escalar o Dedo de Deus! Tarefa que levou 12 horas para ser completada.
2° Esta foi a minha 6ª ascensão ao topo do Dedo de Deus sem nenhum problema!
Só posso dizer: Obrigado Deus!