Perfil

Minha foto
Porto Alegre, RS, Brazil
Acredito que um blog legal é aquele que te ensina algo, que te faz viajar, que fala sobre: lugares, pessoas, culturas, montanhas, preservação da natureza, ... Espero que você goste dos textos que escrevi, interaja com o conteúdo, deixe um comentário, opinião ou sugestão e se anime a contar as suas histórias também.

domingo, 16 de julho de 2000

Aproximação a Agulha do Diabo.

07:00 - Após dois dias esperando o tempo melhorar, no primeiro raio de Sol que avistamos, pegamos as mochilas e saímos do hotel.
08:00 - Como o ônibus demorava e não podíamos perder tempo, resolvemos tomar um táxi até a entrada do PNSO. Ao chegar, nos identificamos, falamos de nossa pretensões, preenchemos a ficha de ingresso no parque (onde deixamos a freqüência de operação de nosso rádio), pagamos a entrada (R$ 12,00) e o motorista nos deixou ao lado da represa que marca o início da trilha à Pedra do Sino (23K - 0705720 - 7515745).
10:00 - Iniciamos a caminhada em direção a Pedra do Sino. Tínhamos 11.500m de caminhada montanha acima.
15:00 - Após passarmos pelo que denominam Abrigo 2 (23K - 0704503 - 7516292) e Abrigo 3 (23K - 0703776 - 7515733), chegamos a um local denominado Cota 2000 (23K - 0703710 - 7516289). É neste local que cada montanhista, praticamente, decide se acampa no Abrigo 3 (um pouco mais atrás), se desce ao fundo do vale do rio Paquequer (para escalar a Agulha do Diabo no outro dia) ou vai até a Pedra do Sino (simplesmente para acampar, fazer a travessia até Petrópolis ou para escalar algumas big walls na própria pedra). Encontramos novamente o Carlos e seu amigo que, desta vez, subiram a montanha mais cedo e já retornavam. Trocamos algumas palavras comendo bolachas recheadas, bebemos um pouco de suco e ficamos uma meia hora curtindo o belo visual da cidade de Teresópolis. Tiramos algumas fotos e logo nos despedimos. Como o tempo, novamente, parecia virar, resolvemos acampar no Sino.
16:00 - Após 6 horas de caminhada, chegamos ao acampamento da Pedra do Sino (23K - 0702938 - 7514938), situado a 2.145m de altitude. Soprava um forte vento Oeste trazendo muitas nuvens. Lembrei dos Aparados da Serra. Resolvemos então montar a barraca, organizar as tralhas e descansar um pouco.20:00 - O tempo piorava. Rapidamente montamos nosso fogareiro e fizemos a janta (massa com lingüiça). Montanhistas de vários estados estavam acampados por ali, umas 10 barracas. Após a janta fizemos uma roda e ficamos batendo papo e tomando chá. Momento de confraternização. Fomos dormir bastante preocupados com a possibilidade de não escalarmos nos próximos dois dias.

sábado, 15 de julho de 2000

Dia de chuva.

08:00 - Acordamos, tomamos café e fomos ao supermercado fazer as compras. 12:00 - Com tudo pronto, mas com a previsão meteorológica desfavorável, resolvemos adiar a nossa saída para escalar a Agulha do Diabo para Sábado pela manhã. Ficamos no hotel.

sexta-feira, 14 de julho de 2000

Dia de descanso.

08:00 - Aproveitamos e acordamos mais tarde em nosso dia de descanso. O tempo está nublado. Tomamos café, chimarrão e ficamos assistindo algumas reportagens no Discovery Channel.
12:00 - Saímos para almoçar no restaurante A Italiana (J.J. de Araújo Regadas, 95, fone: 0xx21-742-2565) onde pedimos uma pizza.
16:00 - Caminhando pelo centro da cidade encontramos a Top Spin Adventure (Delfim Moreira, 381, fone: 0xx21-742-4647), uma loja equipamentos para montanhismo, localizada nas proximidades do hotel. Ao entrar fomos atendidos pelo Flávio e pelo Alex - também montanhistas! Trocamos algumas informações e logo fomos convidados à participar da reunião do Centro Excursionista Teresopolitano - CET (Av. Lúcio Meira, 221, conj. 23, fone: 0xx21-643-2424) que aconteceria às 20:00.
19:30 - Saindo do hotel, para a nossa surpresa, encontrei o velho amigo e companheiro de muitas escaladas, Carlos Wolf e seu companheiro de cordada. Chagavam da Pedra do Baú - SP, onde escalaram algumas vias. Precisavam de algumas informações, então fomos todos juntos à reunião do clube. Festa geral regada a chimarrão! A reunião foi realizada em um local bem simples. Encontramos, dentre muitos amigos, Marco Catão, irmão de Mozart que se mostrou um competente montanhista. Tratamos de vários assuntos: ética, grampeação, guias e trocamos muitas informações sobre as vias de escalada de Teresópolis. Logo que encerramos cada um foi para o seu lado, pois no outro dia era dia de trabalho para todos. Também nos despedimos do Carlos que, por não encontrar vaga em nosso hotel, preferiu acampar dentro do parque.

quinta-feira, 13 de julho de 2000

Dedo de Deus.

06:00 - Acordamos, tomamos café e, sem demora, pegamos as mochilas e saímos para o nosso primeiro dia de escalada. Levamos somente o necessário para a escalada: equipamento básico, lanche, água, anorak, câmera fotográfica, kit de primeiros socorros e rádio VHF. Céu azul e sem nuvens - o dia promete!07:00 - Na avenida paralela a rua do hotel pegamos o ônibus Soberbo que, mais tarde, nos deixaria próximos ao Centro de Informações Turísticas - CIT. Localizado perto da entrada da cidade, possui uma das melhores vistas da Serra dos Órgãos e fica a uns 10 min. de caminhada do início da trilha do Dedo.
08:00 - Do CIT seguimos pelo acostamento da estrada até uma espécie de santuário construído em uma das curvas da serra. Há aproximadamente 250m da Santinha, ainda descendo a serra, existe um sumidouro de água. É neste local que inicia a trilha de acesso ao Dedo de Deus.
10:00 - Após a ascensão da trilha e vencidos os incontáveis metros de cabo de aço que facilitam o trabalho, chegamos no início da via Leste (5ºa). Encontramos 4 escaladores de Petrópolis na nossa frente. Descansamos alguns minutos, nos equipamos e começamos a escalar.14:00 - Cume! Cume! Cume! Após 4 horas escalando diedros, fendas, chaminés e rebocando as mochilas chegamos ao topo do Dedo de Deus. A temperatura estava agradável e a densa neblina, imperceptível durante a escalada, não tirou a emoção da chegada. Marcos, completamente extasiado, fazia transparecer sua alegria em ter escalado mais uma montanha. Naquele momento me senti um ser superior e agradeci a Deus por trabalhar com este fantástico esporte. Logo sentamos, aliviamos os equipamentos, tiramos fotos, comemos e bebemos algo. Pelo rádio pude fazer contato, através das freqüências 146.740 e 145.810 MHz, com o amigo Cezar (PY1PMT) de Teresópolis que nos avisou para descermos rápido que o pessoal da meteorologia estava prevendo chuva - e ela veio mesmo!
15:00 - Assinado o caderno de cume, inicia-se uma chuva fraca e intermitente. Resolvemos descer pela via Teixeira (a via da conquista de 1912), pois é mais segura (foi regrampeada) e facilita o rapel. Com apenas 3 enfiadas (duas de 40m e uma de 20m) já estávamos no início da trilha de descida. Agora o que caía do céu era água mesmo!18:00 - Após o rapel, as seqüências de cabos de aço e a caminhada abaixo de mau tempo, voltamos à civilização. Já era noite, nossas lanternas de cabeça funcionaram como nunca. Mais uma vez obrigado Petzl! Como ninguém dá carona para dois sujeitos molhados às 19:00 da noite, tivemos que caminhar até o CIT para pegar o ônibus de volta à Teresópolis.
20:00 - De volta ao hotel, aproveitamos o banho quente, trocamos de roupa e sentamos para bater papo sobre a nossa escalada. Foram 10 horas na montanha! O Marcos se deu bem e gostou muito! Logo saímos para jantar. Desta vez espaguete a bolonhesa gratinado no restaurante Taberna Alpina (Duque de Caxias, 131, fone: 0xx21-742-0123). Sugestivo nome!

quarta-feira, 12 de julho de 2000

RIO DE JANEIRO - BRASIL.

11:00 - Após uma excelente viagem, chegamos na cidade do Rio de Janeiro. O dia está quente. Após o desembarque compramos as passagens para Teresópolis (R$ 8,00) e as de volta à Porto Alegre (R$ 103,00). Um ponto positivo foi a mudança de horário da Itapemirim que evitou o trânsito de São Paulo cruzando a capital de madrugada.
12:30 - Saímos do Rio rumo à Teresópolis. Neste trecho da viagem não há problema de horário, pois do Rio à Teresópolis saem ônibus de hora em hora.
13:50 - Chegamos em Teresópolis (23K 0708923 7519673). Desembarcamos, pegamos nossas mochilas e fomos diretamente para o hotel Avenida (Av. Delfim Moreira, 439,Centro, 0xx21-742-2751, R$ 25,00/dia), reservado antes mesmo de sairmos de Porto Alegre. Logo na entrada fomos bem recebidos pelo proprietário, seu Magalhães, que já nos aguardava.
20:00 - Com tudo pronto para a escalada do Dedo de Deus, nosso primeiro objetivo, fomos jantar no restaurante Taberna Guaíra (Delfin Moreira, 595, fone: 0xx21-742-0444). Bela reposição de carboidratos com um espaguete a bolonhesa de primeira!